Jesus contestado e quase agredido

Terá sido o dia mais difícil de Jorge Jesus enquanto treinador do Benfica. No final da partida, já depois de milhares de benfiquistas terem abandonado o recinto, situação que começou mal o V. Guimarães fez o 2-1 (muitas pessoas, mesmo ficando até ao fim, estavam incrédulas e choravam convulsivamente, entre elas crianças), o treinador quase foi agredido e ouviu também mensagens muito duras de contestação dos adeptos. 

Primeiro, quando abordou a escadaria de acesso à tribuna presidencial, fortemente protegida pelas forças de segurança, foi alvo de críticas, mas também da tentativa de agressão de um adepto, exaltadíssimo, que foi travado pela polícia à bastonada e inclusivamente identificado e algemado. 

Tudo isto muito perto da zona onde se encontravam os maiores apoiantes do técnico (um grupo com t’shirts a dizer GAJ, grupo de amigos de Jesus) e até familiares, como foi o caso dos irmãos. 

No final da escadaria voltou a assistir a forte reação de um grupo de benfiquistas, que já tinha dedicado toda a frustração aos jogadores. Nova vaga de impropérios e frases hostis: «Vai-te embora do Benfica!» Nesta altura, novamente a integridade física do treinador teve de ser assegurada pela polícia e pela empresa de segurança contratada pela FPF. 

«Não há que ter medo», atirou Jesus.

O técnico não foi, no entanto, o único alvo dos adeptos. O guarda redes Artur Moraes foi responsabilizado pelo primeiro golo vimaranense e não se livrou de escutar a palavra «frangueiro».